Chart of the Week | The Turin Planisphere, c. 1523, Spain
Author | Autor Unknown | Desconhecido
Date | Data c. 1523
Country | País Spain | Espanha
Archive | Arquivo Royal Library of Turin (Biblioteca Reale di Torino)
Call number | Número de Catálogo Mss. Vari III 175
Dimensions | Dimensão 2014 x 1000 mm
The Turin Planisphere, probably completed in 1523, is the first extant nautical planisphere produced with geographical information brought back after the completion of the historic circumnavigation of Fernão de Magalhães and Sebastian Elcano (1519-1522). It is here that, for the first time, the strait of Todos os Santos is depicted (later renamed in Magalhães’ honour). Likewise, the planisphere bases the width of the Pacific Ocean on data collected during the expedition.
The author of the map is unknown but was probably affiliated with the Casa de la Contratación, in Seville. Because some of the placenames are Italian, researchers have often thought that the cartographer was Italian as well, hence the historiography mostly attributes the planisphere to Giovanni Vespucci, the nephew of Amerigo Vespucci. Other scholars suggest instead Nuño García de Toreno. Whatever the case may be, the consensus is that this planisphere was a copy of the Padrón Real, the official pattern chart kept in the Casa de la Contratación.
This planisphere gives a panoramic view of the world known to Europeans at the time: Europe, Africa, Asia, the Atlantic coast of America from the Gulf of Mexico to the Strait of Magellan, the Antilles, and an insular Florida. The author took the liberty of artistically highlighting some inland features, notably, the Amazon rainforest, the Mountains of the Moon (the imaginary source of River Nile), the Atlas Mountains and a large green Arabian Peninsula. Placenames are generally restricted to the Atlantic coasts and the Mediterranean and Black Sea.
The map was drawn on six parchment sheets glued together. The rhumb network originates in two points, one of which (in the Pacific) is decorated with the largest wind rose of the map. The latitude scale extends from 80º N and 80º S, which by the standards of the time covered the whole known world. The Tropics of Cancer and Capricorn are drawn at 23º 30’ north and south, while the Arctic and Antarctic circles are marked off at 65º 30’ north and south, showing lack of attention of the cartographer (in this case, the appropriate value would be 66º 30’).
The longitude scale starts at the meridian of the Canary Islands and is marked every 5º. Although the Tordesillas Meridian is not apparent, it is possible to discern its position from the pattern made by the convergence of the rhumb lines network on the north-south rhumb marked 320º. The (more important) Tordesillas anti-meridian, on the other hand, is depicted and is placed at a longitude of 140º on both sides of the map (which, in fact, includes more than 360º). The coveted Spice Islands – the Moluccas – make their appearance on the far left of the chart, on the Spanish side.
Versão Portuguesa
O Planisfério de Turim, provavelmente concluído em 1523, é o primeiro planisfério náutico conhecido produzido com informação geográfica recolhida após a conclusão da histórica circum-navegação de Fernão de Magalhães e Sebastian Elcano (1519-1522). Nele, pela primeira vez, é retractado o estreito de Todos os Santos (posteriormente rebaptizado em homenagem a Magalhães). Da mesma forma, o planisfério mostra o Oceano Pacífico com base em distâncias determinadas durante a expedição.
O autor do mapa é desconhecido, mas provavelmente estava ligado à Casa de la Contratación, em Sevilha. Uma vez que alguns dos nomes de lugares estão em italiano, os historiadores costumam atribuir a sua autoria a um cartógrafo italiano, sendo comum encontrar na historiografia a referência a Giovanni Vespucci, sobrinho de Américo Vespúcio. Outros investigadores sugerem o nome de Nuño García de Toreno. Seja qual for o caso, existe algum consenso em torno da ideia de que este planisfério é uma cópia do Padrón Real, a carta padrão oficial mantida na Casa de la Contratación.
Este planisfério mostra uma visão panorâmica do mundo conhecido pelos europeus nesta altura: Europa, África, Ásia, a costa atlântica da América desde o Golfo do México ao Estreito de Magalhães, as Antilhas e uma Flórida insular. O autor usou de alguma liberdade artística enfatizando algumas feições do interior continental, como a floresta amazónica, as Montanhas da Lua (a nascente imaginária do Rio Nilo), a cordilheira do Atlas e uma grande Península Arábica pintada de verde. Os nomes de locais encontram-se maioritariamente nas costas do Atlântico, no Mediterrâneo e no Mar Negro.
O mapa foi desenhado em seis folhas de pergaminho coladas. A malha de rumos irradia de dois pontos principais, um dos quais (no Pacífico) é decorado com a maior rosa-dos-ventos do mapa. A escala de latitudes estende-se de 80º N e 80º S cobrindo, pelos padrões da época, todo o mundo conhecido. Os trópicos de Câncer e Capricórnio estão delineados a 23º 30’ ao norte e ao sul, enquanto os círculos polares árctico e antárctico são marcados a 65º 30’ ao norte e ao sul, revelando alguma desatenção por parte do cartógrafo (neste caso, o valor adequado seria 66º 30’).
A escala de longitude começa no meridiano das Ilhas Canárias e é marcada a cada 5º. Embora o meridiano de Tordesilhas não seja evidente, é possível reconhecer a sua posição a partir do padrão feito pela convergência das linhas de rumo no rumo norte-sul marcado com 320º. Ao invés, o (mais importante) anti-meridiano de Tordesilhas está representado e colocado a uma longitude de 140º em ambos os lados do mapa (que, em boa verdade, inclui mais de 360º). As cobiçadas Ilhas das Especiarias - as Molucas - aparecem no extremo esquerdo da carta, na zona de influência espanhola.
Further Reading | Leitura complementar
Magnaghi, A. (1929). Il Planisfero del 1523 della Biblioteca del Re in Torino. La prima carta del Mondo costruita dopo il viaggio di Magellano. Unica copia conosciuta di carta generale ad uso dei piloti dell’epoca delle grandi scoperti. Otto Lange.
Mota, A. T. da. (1973). Reflexos do Tratado de Tordesilhas na cartografia náutica do século XVI. Separata Da Revista Da Universidade de Coimbra, XXIII, 3–15.
Sánchez, A. (2021). Making a Global Image of the World: Science, Cosmography and Navigation in Times of the First Circumnavigation of Earth, 1492-1522. Culture & History Digital Journal, 10(2), e014.
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