Chart of the Week | Unknown chart [Battista Agnese], 1514-1552, Italy
Author | Autor [Battista Agnese]
Date | Data 1514-1552
Country | País Italy
Archive | Arquivo Washington, D.C., Library of Congress
Call number | Número d Catálogo G5672.M4P5 15-- .P6, Vellum 13
Dimension | Dimensões 510 x 770 mm
Stand-alone nautical charts from the early modern period have not had an easy fate, and the present-day appearance of many anonymous charts only hints at their original aspect, complicating attributions. A little-noticed chart at the Library of Congress provides a clear example of this phenomenon. The chart is unspectacular: it covers the normal portolan area, its ink is faded, and little color or ornament enlivens the discolored parchment on which it is drawn. Perhaps surprisingly, however, there is ample reason to believe that this chart was drafted by one of the most prolific cartographers of the 16th century, the famed producer of some of the early modern era’s most vibrant atlases: Battista Agnese.
Agnese’s large-format charts can be harder to identify than his atlases because they are fewer and more diverse – while some are lavishly decorated, others are humbler. The subdued embellishment seen in the Library of Congress chart is akin to that of the Agnese chart of 1562 kept in Catania and the one preserved in Parma.* There is a key difference, however, between the Library of Congress chart and these two works stored in Italy. While the Parma and Catania charts depict a contiguous England and Scotland (linked to the post-1552 years of Agnese’s workshop), the Library of Congress chart shows England and Scotland severed by a slender river.
This configuration is not unique to Agnese, but the peculiar jigsaw contours of the northern coast of Scotland on the Library of Congress chart are, and they provide solid evidence of Agnese’s hand. This design seems only to appear on his charts (Agnese 1514, Agnese 1550-1599) and copies of his charts (Anonymous 1514-1599). Several other features further affirm Agnese’s authorship. The Red Sea here is colored in with fine stacked lines, a hallmark of the cartographer. Its two-lobed northern terminus is also seen in several Agnese charts, in and out of atlases (such as: Agnese >1500, Agnese c. 1550, Agnese 1550-1599, Agnese 1535-1538). Another important clue to the chart’s maker is its simultaneous inclusion of Cairo (as a red coastal placename) and splitting up of the placename Damiata (present-day Damietta, Egypt) into “d” and “amiata.” This combination is extremely rare among all 16th-century cartographers except for Agnese. Turning to stylistic decisions, the chart’s mix of compass rose designs can find analogy in several Agnese productions, and the colors used to tint its coastlines (pink for Pelopponese, green for Sicily, Cyprus, and England, etc.) are common in stand-alone charts of the celebrated Genoese cartographer.
Long filed away as yet another anonymous chart, this artefact can now be viewed as representative of an important sub-genre in Agnese’s corpus: charts that either never were finished with decorative miniatures, or were made for clients with means more modest, or needs more pragmatic.
Versão Portuguesa
Cartas náuticas individuais do período pré-moderno (isto é, não integradas em atlas) não tiveram um destino fácil, e a aparência de muitas cartas anónimas que chegaram aos nossos dias constitui uma pálida imagem do seu aspecto original, dificultando a sua atribuição. Um bom exemplo deste fenómeno é uma carta pouco conhecida conservada na Library of Congress. A carta não é espectacular pois cobre a região geográfica típica das cartas portulano, a tinta está desbotada e pouca cor ou ornamentação dá vida ao pergaminho descolorido no qual foi desenhada. Talvez surpreendentemente, contudo, há boas razões para considerar que foi desenhada por um dos mais prolíficos cartógrafos do século XVI, o famoso criador de alguns dos atlas mais vistosos do período pré-moderno: Battista Agnese.
As cartas de grande formato produzidas por Agnese podem ser mais difíceis de identificar do que os seus atlas, uma vez que são menos numerosas e mais diversificadas: algumas são luxuosamente decoradas enquanto outras são mais discretas. A modesta decoração da carta da Library of Congress é comparável à da carta de Agnese, de 1562, conservada na Catânia, e à carta conservada em Parma. Existe, contudo, uma diferença fundamental entre estas duas cartas e a conservada na Library of Congress. Enquanto as cartas de Catânia e de Parma representam Inglaterra e a Escócia como contíguas (típico, na oficina de Agnese, do período posterior a 1552), a carta da Library of Congress mostra as duas regiões separadas por um rio estreito.
Contudo, esta configuração não é exclusiva de Agnese, ao contrário do contorno recortado da costa norte da Escócia,que constitui evidência sólida da sua mão. De facto, esta característica parece ocorrer apenas nas cartas por si assinadas (Agnese 1514, Agnese 1550-1599) e nas cópias das suas cartas (Anonymous 1514-1599). Alguns outros pormenores atestam a autoria de Agnese, tal como o Mar Vermelho colorido através de uma trama densa de linhas finas, e sua extremidade norte constituída por dois lobos separados. Outra pista importante para a autoria da carta é a inclusão simultânea do Cairo (como um nome geográfico costeiro, a vermelho) e a divisão do nome Damiata (Damietta, Egipto) em duas partes separadas por um espaço: “d” e “amiata”. Esta combinação é extremamente rara entre os cartógrafos do século XVI, com excepção de Agnese. Quanto aos aspectos estilísticos, a presença de vários tipos de rosas-dos-ventos encontra uma analogia em muitos trabalhos de Agnese. O mesmo acontece com as cores utilizadas para pintar as linhas de costa (rosa para o Peloponeso, verde para a Sicília, Chipre, Inglaterra, etc.), que são comuns nas cartas isoladas do famoso cartógrafo genovês.
Há muito conservada como mais uma carta anónima, este artefacto pode agora ser considerado um importante sub-género da produção de Agnese: cartas que nunca foram finalizadas com miniaturas decorativas, ou que foram feitas para clientes com recursos mais modestos ou necessidades mais práticas.
*My thanks to Corradino Astengo for bringing these charts to my attention.
Further reading | Leitura complementar
Andrews, M. (1926, November). The boundary between Scotland and England in the portolan charts. In Proceedings of the Society of Antiquaries of Scotland (Vol. 60, pp. 36-66)
Wagner, H. R. (1931). The manuscript atlases of Battista Agnese. The Papers of the Bibliographical Society of America, 25(1), 1-110
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